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O Racionalismo Cristão, por ser uma filosofia espiritualista, divulga princípios universais para que sejam estudados e, após a necessária reflexão, colocados em prática, tornando os seres humanos espiritualmente independentes.
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O CENTRO REDENTOR DO RIO DE JANEIRO

Depois de haver, por intermédio do Astral Superior, organizado em Santos-SP, em janeiro de 1910 e desenvolvido grandemente o Centro Espírita Amor e Caridade, o primeiro que organizou as suas sessões obedecendo aos ditames estabelecidos para obtenção e manutenção da corrente fluídica necessária, composta de pessoas escolhidas mediunicamente por uma das entidades puras; após tal organização, disciplina e métodos resultaram fatos positivos significativos, provados tanto em Santos como em outros estados e mesmo no arquipélago de Cabo Verde.

Da correta forma de se trabalhar, deram-se curas de diversas enfermidades, especialmente a de loucos (obsedados), devidamente documentadas. Resolveu-se então, implantar também o Centro Redentor na então capital do país, Rio de Janeiro, em um sistema idêntico ao adotado pelo Centro Amor e Caridade de Santos-SP, para se provar as vantagens da Corrente Fluídica organizada dentro da disciplina e método indispensáveis a essas práticas e ao desenvolvimento seguro do Espiritismo Racional e Científico Cristão no Brasil, assim fornecendo mais exemplos precisos a todos.

Para a concretização de tal feito, colocou-se o Astral Superior, por intermédio do presidente carnal do Centro de Santos, Luiz José de Mattos, em contato com autoridades oficiais do espiritismo no Brasil naquela capital.

Foi no grupo que se reunia nas dependências do jornal “Tribuna Espírita”, chefiados pelo Sr. Ignácio Bittencourt, um dos médiuns mais respeitados da Federação Espírita Brasileira, que após as explanações fraternais e claras, explicando-lhes as novas bases doutrinárias e as vantagens da disciplina e métodos observados no centro Amor e Caridade de Santos-SP, por este grupo ainda ignorados, que resultou a resolução do Presidente Ignácio Bittencourt, assim como da maioria do grupo da Tribuna Espírita, adotar os novos princípios, disciplina e métodos; aceitando todas as combinações apresentadas por Luiz José de Mattos.

Foi em 2 de Outubro de 1911, que o Grupo da tribuna fazia a sua transformação, passando a denominar-se Centro Espírita Redentor, filiado ao Centro Amor e Caridade, de Santos-SP; tendo como presidente o Sr. Ignácio Bittencourt, médium desenvolvido o Sr. José Ferreira. Dessa Resolução e transformação, lavrou-se uma ata em 2 de Outubro de 1911.

Até a referida data, o Grupo da Tribuna tinha como seu guia espiritual mais atendido, o espírito que na sua ultima encarnação usou o nome de Padre Venâncio Café, que até então não havia saído da atmosfera da Terra e que apesar dos bons sentimentos e desejos de auxiliar os seus companheiros encarnados, nada tinha efetivamente podido produzir de bom a não ser os aconselhamentos para o bem e para a pratica da caridade.

Por se tratar de um espírito bem intencionado, prestou-se a ser o intermediário do Astral Superior, para poder organizar os membros deste grupo, os seus trabalhos, desenvolver médiuns e modificar os costumes dos mesmos à nova realidade e também, para transmitir as orientações de Padre Antonio Vieira, quando o mesmo não puder se manifestar por falta de boa formação de corrente fluídica.

Logo, foi detectado que nem o referido presidente do Centro Redentor do Rio de Janeiro, nem seus companheiros, seguiam a risca os compromissos tomados no que diz respeito à pontualidade, moderação nos desejos materiais, prudência, tolerância no viver social e em família. Tais atitudes não coadunavam com a disciplina e método propostos por Luiz de Mattos e que a regeneração de seus respectivos costumes não lhes seria tão fácil como a princípio lhes parecia.

As sessões foram acontecendo e a deficiência na formação da corrente fluídica, em função do não acatamento por parte de alguns membros do grupo, era uma constante, a ponto de na 8ª reunião, o Sr. Bittencourt ter preferido se desligar deste grupo, passando a presidência do mesmo a partir da 9ª sessão, para o Sr. Victoriano de Souza.

Em virtude do estado a que se chegaram as coisas, viu-se o Astral Superior na necessidade de enviar o Sr. Luiz de Mattos, presidente do Centro Amor e Caridade de Santos-SP, para assumir a presidência do Centro Redentor do Rio de Janeiro, e conforme os irmãos restantes, dirigir os trabalhos deste centro, com a disciplina e método indispensáveis.

Foi então, em 10 de Dezembro de 1911, que assume a presidência e principiam as sessões com rigorosa disciplina e rápido foi o aumento de assistência, tanto que houve necessidade de procurar local mais amplo para as sessões, mudando-se então o centro para a Rua do Rozário nº 81, 2º andar; local que pouco tempo depois precisou, pelo mesmo motivo ser substituído.

Resolveu-se então, conforme feito na cidade de Santos, construir uma sede e nela um pavilhão para tratamento de obsedados, que servisse ao mesmo tempo de escola, ponto de observação para médicos e comissões governamentais, para estudo dos fenômenos psíquicos.

Desempenhando-se desse encargo, encontrou no bairro Vila Isabel, na rua Jorge Rudge nº 121, o terreno preciso, onde pouco tempo depois se construía a sede do Centro Redentor naquela capital, inaugurada em 24 de dezembro de 1912.

Para escrever sobre o centro redentor da então capital do país, o autor utilizou-se da obra Racionalista Cristã intitulada O Espiritismo Cristão no Brasil, relatório de 1912 a 1914.